sábado, 31 de maio de 2014

A José Afonso

Que faço a estes versos,
companheiro,
se não lembro o som da viola
subindo o delta
do teu corpo?...

Que nome dar
à inviolabilidade das horas
tocando de silêncios
os teus lábios?

Que voz se ergue
do fundo
dos teus olhos
incêndiados de luz
na noite
da memória?

O teu retrato
colado na parede
dá as musicais
respostas do silêncio.

Fernando Fitas - Do livro "Silêncio Vigiado" - 1992

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