domingo, 1 de outubro de 2017

Apresentação musical do cantautor Samuel Quedas

Momento musical do cantautor Samuel Quedas na sessão de apresentação do livro "Escrevo Um Verso na Água". 

Intervenção do actor José Vaz (1º momento)

José Vaz interpreta excertos de vários poemas que integram a obra "Escrevo um Verso na Água" 

"O livro "Escrevo um Verso na Água", versa o tema dos naufrágios ocorridos no Mediterrâneo, os quais desde a eclosão da guerra na Síria, transformaram este mar num dos maiores cemitérios da actualidade, constitui um libelo acusatória à indiferença com que o mundo tem olhado para o drama daqueles que se viram obrigados a fugir do seu país para salvar a vida. Prefaciado por Manuel Ambrósio Sanchez, professor de literaturas latinas da Universidade de Salamanca, e ilustrado por Eduardo Palaio, é um grito de alerta contra o alheamento com que temos olhado para este problema e a intolerância com que os refugiados, em muitos casos, têm sido tratados por algumas franjas da população portuguesa, situação que assume contornos de paradoxo, pois quem a protagoniza parece esquecer-se do flagelo da emigração ocorrido em Portugal nos anos sessenta do século passado. De acordo com prefaciador “este tremendo canto, é um longo lamento pelo desenraizamento que, de um modo ou outro, todos sofremos, especialmente aqueles que, como o autor, por razões diversas se viram obrigados a abandonar a sua terra de origem e com isso perderam a ligação íntima com o espaço, com a aldeia, com a casa natal”."

Intervenção do Actor José Vaz (2º momento)

José Vaz interpreta excertos de vários poemas que integram a obra "Escrevo um Verso na Água" 

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Abraça-te à guitarra


                                                                                     A Silvestre Fonseca


Deixa a sombra da(s) rosa(s) exalar seu perfume
e a praça respirar a fragrância do sol.
Abraça-te à guitarra e saberás que a brisa
convocará nas mãos a festa dos sentidos
e presságios de vida como água de sedes
correndo pela boca.
É na escala de Sol que as notas se desnudam,
revelando nos dedos a frescura da peça
e sonhos e alquimias que as palavras não ousam.
Acaricia o braço, afago bem o corpo,
percorre-o devagar, como regato à beira do fascínio.
Na leveza do toque há um pássaro e um rio
e uma cascata ainda de espanto e aventura,
erguendo sortilégios, encanto, fantasia.
Faz então uma pausa, investe novamente,
e deixa que bebamos a dádiva de sons
que do silêncio emergem,
para que desfrutemos de seu aroma e luz.




Fernando Fitas/Fevº/2017

sábado, 4 de fevereiro de 2017

As mão sobre o piano


A Ernán López Nussa


Sei-te sobre o piano
libertando alquimias
e dádivas de luz e cânticos de festa.
Há nos teus dedos uma memória de água
plena e imortal
e montanhas tão grandes que nenhum bolso guarda.
Também nenhuma boca  sabe acolher a água
que delas se desprende,
tão cheia de sabores, de sonhos e de festa.
É por isso que te inventas nos dedos,
correndo sobre as teclas
como brisa soprada por aves e por rios
e despertas aromas e sortilégios outros,
que nos crescem na alma 
e supomos efémeros,
mas se afirmam eternos
como o vento ou o sol.



Fernando Fitas (Portugal)