domingo, 13 de julho de 2014

Sofia entre o lajedo

Quiseram matar-te uma segunda vez;
soterraram-te os ossos entre as pedras
para que a livre geografia das palavras
definitivamente se apagasse
e não pudesses voltar a ser do mar
a menina que houvera proclamado
Navegações e Ilhas na comunhão das águas.

Presumiram talvez que sob a pompa
com que te encarceraram no lajedo
oculto ficaria o eco do teu canto.
Não te souberem ler estes que hoje
pretendem apagar a tua voz
fuzilando-te, assim,  cobardemente
como os que foram fuzilados em vigilas sem data.

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