Outro dos poemas do livro
Trago meu pai nos ombros e
não sei
dizer quanto me pesa
a enorme leveza do seu nome
mas sei que cada sílaba é
quase uma galáxia
atravessando o mapa de uma
vida ou de uma flor
que guardei depois da
tempestade
como um veleiro sem
vento resgatado
no efémero tempo de um
relâmpago
Escrevo ainda seu nome na
areia
onde a espuma da onda se
derrama
para que minhas mãos colham
o sal
convoquem aves nocturnas ou
a chuva
e desenhem seus sonhos sobre
a água
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